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Mariner 2



 

A Mariner 2, a primeira nave espacial interplanetária bem sucedida, no mundo, foi lançada em 27 de Agosto de 1962. Atingiu Venus em 14 de Dezembro de 1962, depois de uma viagem de 108 dias após a partida de Terra. A Mariner 2 era uma máquina de 200 quilogramas (450 libras) que transportava seis instrumentos científicos, um rádio de duas vias, o sistema de energia solar e diversos dispositivos electrónicos e mecânicos. A sua tripulação, contando cerca de 75 pessoas, ficou para trás no Laboratório de Propulsão a Jacto da NASA.

A série de naves espaciais planetárias Mariner iniciou em 1960 como um grupo de estudos de missões no JPL; por volta de 1975, tinha havido 10 voos Mariner, sete dos quais foram explorações bem sucedidas do Sistema Solar interior. A missão Mariner 2 foi autorizada pela NASA em Agosto de 1961, menos de um ano antes do primeiro lançamento. A capacidade limitada do Atlas/Agena, o maior veículo existente para lançamento, restringiu severamente as oportunidades de lançamento e a dimensão das naves espaciais. O primeiro lançamento, Mariner 1, foi abortado quando o veículo de lançamento se desviou do corredor de segurança de voo e foi destruído pelo Range Safety Officer.

Descolagem

Poucos minutos depois das 2 da manhã do dia 27 de Agosto de 1962, a Mariner 2 levantou da base no Cabo Canaveral a bordo do foguetão Atlas-Agena. Era mais uma experiência para o foguetão e os engenheiros da nave espacial do que para a tentativa dos engenheiros espaciais observarem o espaço interplanetário e o planeta Vénus.

Durante a sua odisseia de três meses e meio de cerca de 290 milhões de quilómetros (180 milhões de milhas), atingindo um terço do caminho do Sol para Vénus, a Mariner 2 transmitiu continuamente sinais codificados para terra, misturando medições científicas da poeira interplanetária, magnetismo, raios cósmicos e plasma solar com informações de engenharia sobre a saúde e desempenho da nave espacial.

Enquanto a Terra rodava entre as fracas transmissões de rádio, três grandes antenas orientáveis (agora denominada Rede do Espaço Profundo - Deep Space Network) capturavam os sinais da Mariner, primeiro na California, depois na Austrália, Africa e novamente na California.

A Mariner 2 sofreu e sobreviveu a diversos acontecimentos não previstos durante o voo. Perdeu a sua orientação de atitude; um dos painéis solares falhou; muitas leituras da temperatura pareciam nefastas enquanto a Mariner se aproximava de Vénus; e, pouco antes do encontro com Vénus, o computador/sequenciador tornou-se errático. Mas a Mariner recuperou automaticamente a sua orientação, sobreviveu ao aquecimento pelo Sol e, enquanto a luz solar aumentava de intensidade, um dos dois painéis solares funcionava por dois. Quando os engenheiros de voo viram o sequenciador vacilar, iniciaram a sequência para o encontro por sinais de rádio da Terra.

Em 14 de Dezembro de 1962, os radiómetros em infravermelho e microondas pesquisaram todo o planeta para a frente e para trás, obtendo dados que provaram que a superfície de Vénus é extremamente quente -- cerca de 425° C (800° F) -- aquecida em parte por um efeito de estufa provocado pela espessa atmosfera de dióxido de carbono. Cerca de três semanas depois do seu histórico voo de passagem por Vénus, a Mariner 2 saiu do ar. O seu último sinal foi recebido em 3 de Janeiro de 1963.

Vistas da Mariner 2

Mariner 2
A Mariner 2, a primeira nave espacial interplanetária bem sucedida, foi lançada em 27 de Agosto de 1962, e passou a 34,916 quilómetros (21,648 milhas) de Vénus em 14 de Dezembro de 1962. Perdeu-se o contacto em 3 de Janeiro de 1963, quando a nave espacial estava a 86.9 milhões de quilómetros (53.9 milhões de milhas) da Terra. (Cortesia NASA)

Referências

Sonett, C. P. "Um resumo das descobertas científicas da Missão Mariner a Vénus." Space Science Review, 2, No. 6,751-777, Dezembro de 1963.

 

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